domingo, 7 de junho de 2009

A Gastronomia da Malásia

A pedido da Silvia, vou começar por falar na gastronomia da Malásia. Ora bem, diz-se que uma viagem começa quando se sai de casa, por isso, a gastronomia começa precisamente a bordo do avião que nos leva ao destino. Esta comida não é novidade para ninguém: é simplesmente detestável!! Sabe tudo ao mesmo, e está longe de obedecer aos nossos hábitos quotidianos: omolete ao pequeno almoço é daquelas coisas que dispenso, mas quando tem que ser, que seja!
Já na Malásia, a coisa é bem diferente. Como a maioria da população é muçulmana, não comem carne de porco e como outros tantos são hindús, não comem carne de vaca. Resumindo: a grande vítima por estas paragens é o frango! É há para todos os gostos: ao estilo tailandês, vietnamita, chinês, indiano, indonésio, japonês e por aí fora.

Podemos também optar pelo peixe, mas os estilos são iguais aos do frango, ou seja, sabe tudo ao mesmo.

Os temperos são básicamente caril, picante, gengibre, manteiga de amendoim e outras tantas especiarias que parecem dar à comida toda o mesmo sabor. Mas sempre restam aqueles pratos como os Noodles (Mi Goreng), o Arroz frito (Nasi Goreng), Satay (espetadas de frango) e os Spring Rolls (Crepes) para desenjoar.

O arroz branco cozido está sempre presente como acompanhamento e engane-se quem desejar uma saladinha de alface e tomate regada com azeite virgem e vinagre: por estas paragens isso não existe!

Já para não falar que também não existem facas. Eles comem com uma colher e um garfo e o garfo serve apenas para empurrar a comida para a colher. É falta de educação levar o garfo à boca! Por vezes também há pauzinhos, mas tem que se ter uma certa habilidade para lidar com esta situação.

Em Kuala Lumpur há uma grande oferta e variedade gastronómica. Para além de cozinhas tipicamente asiáticas, encontramos também restaurantes Italianos e Espanhóis (de Tapas) entre outros (Portugueses nem sombra! Só em Malaca). A cadeia MacDonald’s, KFC, Pizza Hut e Starbucks também estão lá para fazer lembrar “God bless América”, pois ao fim de 15 dias já não suportava aqueles sabores exóticos e nunca gostei tanto de fast food como nestas férias!!
No dia dos meus anos fiz questão de ir jantar a um restaurante Italiano, por sinal muito agradável na Jalan Bukit Bintang ( a rua das compras de KL).

Passando para Taman Negara, e dado que fomos com pack com refeições incluidas, tivemos que nos sujeitar ao que nos punham à frente. O tal frango estava sempre presente, bem como o arroz branco cozido e uma sopa tipo canja. De resto serviam-nos uns legumes ultra picantes e por vezes umas coisas que nem me atrevia a provar.

Mas pior que tudo isto foram as Redang. Como fomos também com pack, o cenário repetiu-se, mas desta vez um pouco pior. Dado que eramos os únicos ocidentais no resort, a comida era puramente asiática. Não pensem que “puramente asiática” é o arroz chau-chau (mesmo porque os chineses na malásia nem sabem do que estamos a falar) e o frango agridoce do restaurante Chinês do Sábado à noite. Estou a falar de bolas (tipo almondegas) de lula mergulhadas numa água/sopa de peixe com rebentos de soja e massa, comidas com uns pauzinhos. Devia ser delicioso, porque eles comiam e repetiam várias vezes, mas só o cheiro era suficiente para me embrulhar o estômago. Nos dias em que houve churrasco, pensámos estar safos e, na verdade, sempre era melhor, não fosse termos que comer uma costeleta com colher e garfo! Enfim, deu para fazer alguma dieta.

Nas Perhentian, a comida era muito melhor. O resort tinha maioritariamnete ocidentais, por isso serviam western food no restaurante e como o serviço era à lista, tirámos a barriga de misérias. Para além da comida asiática, tinhamos uma grande variedade de comida ocidental, entre ela uma deliciosa salada Grega, com alface, tomate, pepino, cebola e queijo feta, regada com óleo (vá lá!) e vinagre balsâmico que compunha invariavelmente todos os dias o nosso almoço!
O peixe era grelhado na brasa mas envolto numa prata o que o tornava peixe cozido ao vapor. Quem estiver à espera de um peixinho escalado assado nas brasas de carvão, desengane-se que não tem nada a ver.

Em Kota Bharu comemos sempre no hotel, pois nem nos atrevemos a provar a gastronomia local. Depois de ter entrado no mercado e visto os gatos deitados na banca do peixe e da carne, preferi não arriscar.

Já em Cameron Highland, a coisa era em tudo semelhante à restante Malásia, com uma particularidade: como foi um local que sofreu uma grande e forte influência inglesa, eles têm o hábito do 5 o’clock tea com sconnes quentinhos com manteiga, compota e chá. Parece mesmo que estamos em Inglaterra (pelo que ouço dizer, pois nunca lá estive) e como o clima é mais frio que no resto da Malásia, sabe muito bem este lanche. Também têm as culturas de morangos e todo o tipo de doces associados, desde compotas a gelados, batidos, etc. Mas, as restantes refeições eram a mesma coisa. A sorte foi haver um restaurante de hamburgers, tipo Mac que me safaram pelo menos uma refeição e ainda tive que negociar com o Jorge para não comer um Steam Boat (uma espécie de Fondue, mas em vez de se fritar os alimentos, cozem-se) muito tipico por aquelas bandas ( e também tinha as tais bolas de lulas...).
No final das refeições iamos tomas um café ou um chocolate quente ao Starbucks e assim rematavamos com um saborzinho familiar.

Um dia fomos tomar o pequeno almoço a uma “tasca” Indiana e lá conseguimos comer um Roti Canai (panqueca com vários tipos de recheio à escolha) acompanhada por vários molhos (picante e caril) e tive a infelicidade de pedir um chá de gengibre que não consegui beber por ser hiper picante!

De regresso a KL voltámo-nos a desforrar no Italiano e no aeroporto jantámos no Mac (abençoado!!). De regresso, a mesma comidinha horrorosa do avião e quando chegámos ao Porto, foi a loucura total: Filetes de peixe com arroz e salada no restaurante “Aleixo” em Campanhã.
Resumindo, a gastronomia da Malásia não é má: é preciso é espirito e estomago para aguentar 25 dias a comer comida asiática!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quando é que se abrem os olhos e as mentalidades?!?!?!

Como já tive oportunidade de vos dizer, sou apaixonada por praia. Sempre que posso vou à praia, mas confesso que o faço muito mais no Verão do que no Inverno. Pois bem, estamos quase a inaugurar a época balnear e a Semente – Associação de Voluntários da Lipor, entidade onde trabalho, resolveu levar a cabo uma acção de limpeza de praias.

Imediatamente sugeri a praia da Aguçadoura, que na minha opinião é uma das praias mais bonitas que conheço e que eu frequento. Esta praia fica na Póvoa de Varzim e, como não é concessionada, está bastante suja e descuidada. Assim, no passado Sábado dia 30 de Maio, metemos mãos à obra e lá fomos, os voluntários e um punhado de outros preocupados com estas questões ambientais, limpar a praia. Obviamente que fiz uma ampla divulgação do evento, inclusivé pelos meus amigos surfistas, que sempre pensei que aderissem em massa, mesmo porque todos eles frequentam esta praia e, ao longo de tantos anos de convivio, temos passado lá muito bons momento. Mas, uma vez mais, a decepção foi enorme. Para a limpeza apenas apareceram dois e um deles era o meu marido. Os restantes ( e três deles estavam na praia) não se importaram minimamente com o gesto. Mas muitos mais surfistas estavam na praia e nenhum sequer se aproximou para perguntar o que faziamos com sacos de lixo e luvas nas mão debaixo de um sol abrasador.

Não perguntaram porque sabiam perfeitamente o que era e não queriam correr o risco de serem confrontados com a pergunta “Queres ajudar?”. Cada vez me convenço mais que isto de ser surfista é um copo meio vazio. Um surfista completo ama a praia e preocupa-se com o seu estado. Mas estes gestos e estas atitudes só vêm provar que os surfistas só gostam das ondas (e quando são boas) e não pensam que a saúde do mar e da praia que frequentam depende intimamente do seu estado de conservação. Não pretendo com estas iniciativas ser a salvadora do mundo – com muita pena minha – mas, pelo menos, ajudar a minimizar um dano que cada vez é maior e mais irreversível.

Também não pretendo com isto meter todos os surfistas no mesmo saco: ainda acredito que existam alguns preocupados com estas questões! Apenas não sei deles!
Uma vez mais, se todos se unissem para ajudar, a praia seria um local muito melhor para conviver e poderiamos até repetir muito mais vezes estas acções!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

E assim se passaram 25 dias maravilhosos na Malásia!!

E lá fomos nós para a Malásia. Foram 25 dias maravilhosos que começaram com uma viagem de metro até Campanhã e terminaram com uma viagem de comboio até Campanhã. Tudo decorreu sem sobressaltos e dentro do previsto e marcado. Tudo marcadinho pela net (excepto o bilhete de avião) correu Às mil maravilhas!

A Malásia é um país maravilhoso, aliás, como todos os países asiáticos por onde temos andado. Está, na minha opinião, entre a Tailândia e Singapura, embora não saiba para que lado pende!
O povo é espectacular: sempre prontos a ajudar, a dar uma informação, muito curiosos relativamente à nossa proveniência e sobretudo, muito conhecedores do nosso futebol: Cristiano Ronaldo está na ponta da lingua de qualquer maláico, embora ainda haja vestigios do Figo e do Mourinho. Mas, sem dúvida o CR é o nosso embaixador. Ninguém sabia onde era Portugal mas todos eram unânimes em afirmar que o CR era proveniente desse desconhecido país chamado Portugal! Menos mal!

Viajámos um pouco por todo o país. Estivemos na capital – Kuala Lumpur, carinhosamente chamada de “KL”, uma cidade muito ao estilo asiático: muita poluição, muito barulho, muito quente, muito trânsito (ainda por cima conduzem pela esquerda, o que me colocou v+arias vezes em risco de ser atropelada!!), enfim, muito asiática! Não tão poluida como Bangkok, mas o suficiente para estar apenas uns 4 dias.

Aqui visitámos, como não poderia deixar de ser (acho que me dava uma coisinha má se assim não fosse!), as Petronas Twin Towers. Não tenho palavras para descrever o que senti ao olhar para elas. São fantásticas, lindas e de uma imponência que só visto. São tal e qual aquilo que mostram as fotos: nem mais, nem menos. Acho que era capaz de lá ir todos os dias, o que acabou por acontecer! (lol). Passámos também pela China Town, Jardim das Borboletas, Jardim dos Pássaros e muitos outros lugares maravilhosos.

Findos estes 4 dias, fomos até Taman Negara, que significa “Parque Nacional”. Aqui penetramos na selva tropical profunda, com bicharada para todos os gostos. Atravessámos o mais comprido Canopy Walkway, fizémos uma caminhada nocturna na selva e descemos nos rápidos do rio. Sem dúvida, uns dias muito bem passados na companhia de um grupo muito internacional composto por pessoal de Singapura, E.U.A e Irão.

Sempre sem parar, rumámos até às ilhas. Primeiro as Redang e depois as Perhentian. Sem comentários: água a 30ºC, temperatura do ar a 35.ºC, areia branca e uma mar de um azul e verde tão cristalino que mais parecia uma piscina. Aqui fizemos mergulho (para mim o ponto alto das férias) onde a água a 18 mts de profundidade estava a 28ºC!!! e convivemos com os locais. Confesso que quando chegámos às Perhentian entrámos em pânico e quisemos voltar para as Redang. Mas, felizmente, não havia alojamento disponível e ficámos os 7 dias nas Perhentian que foram maravilhosos. Eu explico: as Perhentian são bastante diferentes das Redang em termos de alojamento e espaços envolventes. As Redang têm outro tipo de facilidades que não têm as Perhentian, mas no final, acho que gostei mais das Perhentian. Ficámos no Tuna Bay Island Resort e gostámos muito.

Quando já nos tinhamos fartado do Sol, rumámos até Kota Bharu, uma cidade que sinceramente não nos agradou, mas que vinha referênciada como tendo vários pontos turisticos. Valeu-nos o hotel onde ficámos – Renaissance – da cadeia Merriott, só acessível por ser no sítio onde é. A principal atracção da cidade, um mercado de verduras e carne, cheirava tão mal que assim como entrámos, saimos logo!! Até gatos dormiam refastelados nas bancas da carne e do peixe!! Por isso ficámos apenas um dia nesta cidade.

De seguida, fomos até às Cameron Highlands, que são as terras altas, muito apreciadas pelos asiáticos, devido ao seu clima fresco (muito parecido com o nosso, até demais!!). Aqui, para além de muita selva, onde se pode encontar a maior flor do mundo (embora o maior espécime esteja no Burnéu), a Rafflésia, que demora 5 anos desde que se começa a formar até abrir e dura apenas uma semana (tivemos muita pontaria!!), também vimos as luxuriantes plantações de chá (procurem na net “boh tea” e terão uma agradável surpresa), as culturas de morangos (bem mais doces do que os nossos) e uma grande variedade de natureza animal. Ficámos instalados no Bala’s Chalet, mas sinceramente não ficámos clientes. As condições não eram as melhores e o preço não era dos mais baixos. Enfim, acontece a quem arrisca.

Das Cameron voltámos a KL para apanhar o avião para casa. Em KL ficámos, tanto na ida como no regresso no Swiss Garden Hotel e adorámos. Recomendo vivamente. Muito limpo e com um pequeno almoço óptimo, é um excelente hotel de cidade.

E assim foram os nossos 25 dias. Muito mais poormenores há para contar, mas, se o meu tempo livre assim o permitir, voltarei com descrições mais pormenorizadas.
Por agora é tempo de regressar à rotina e começar já a suspirar para as férias do ano que vém!!