Para quem lê a revista "Surfportugal" ou acede ao site http://www.surftotal.com/, este artigo não é novidade. Mas para quem não teve oportunidade de ler, aqui fica o artigo de minha autoria:
"Sou casada com um surfista e faço mergulho recreativo. Como tal, passo grande parte do meu tempo livre em zonas costeiras, facto que me agrada muito visto adorar praia.
Recentemente estive em Sagres a passar uns dias de férias. Pude observar como proliferam as escolas de surf naquela zona.
O mar vê-se, subitamente, invadido por estrangeiros que ingressam nestes cursos para, supostamente, aprenderem a surfar.
Numa das minhas idas à praia, tive a oportunidade de ir à Ponta Ruiva (Costa Vicentina), que como vocês sabem, é uma praia pequenina mas muito bonita.
Ora, como não foi de espantar, às 10h00 da manhã já dois todo-o-terreno tinham despejado na praia cerca de dúzia e meia destes aprendizes de surfistas.Após um breve breefing, o habitual aquecimento e água com eles.
Os professores ficaram à beira mar a dar instruções!Subitamente reparo que, mesmo aos seus pés, garrafas de plástico e embalagens de yogourte iam e vinham ao sabor das ondas.
Qual não foi o meu espanto quando vi que eles nada fizeram para apanhar aquele lixo! Peguei eu própria num saco de plástico (também ele abandonado na praia) e iniciei uma verdadeira limpeza ao lixo mais visível (seria impossível limpar toda a praia sozinha, dada a enorme quantidade de lixo ali presente).
O que me leva a relatar-vos este triste episódio, é o seguinte:
Que raio de professores são esses que nem sequer se preocupam com o lixo que deambula pela praia? A ideia que tenho dos surfistas é de pessoas que amam a praia e o mar, mas não foi isso que observei nesta atitude.
Talvez o curso de treinadores de surf deve-se ter uma componente de civismo relacionado com o meio ambiente;
Não seria de todo interessante que uma das "disciplinas" destes ditos cursos de surf fosse "Preservação, conservação e limpeza das praias"?;
Não seria boa ideia, como complemento do aquecimento e aula prática desta disciplina, cada um dos instruendos apanhar o lixo que, tão horrivelmente, povoa as praias (dúzia e meia de surfistas mais os professores seriam o suficiente para por a praia num brinco!)? Estes alunos ficariam muito mais sensibilizados para a questão da poluição (que é comum a todo o mundo) e as nossas praias agradeceriam o gesto.
Numa época em que tanto se fala do aquecimento global, das emissões de carbono, da poluição, da conservação da natureza e neste caso concreto das praias e das espécies marinhas (sim, porque se este lixo for para o mar, poderá servir de alimento a algum animal que o confunda com um alimento verdadeiro, levando-o à morte), ainda há quem fique indiferente áquilo que o rodeia. É o eterno pensamento "não fui eu que produzi o lixo, não tenho que ser eu a limpá-lo!" e com este pensamento o lixo vai-se acumulando nas praias com as terríveis consequências daí resultantes.
Poderão dizer-me "As autoridades competentes é que deveriam ter esta preocupação!". Plenamente de acordo. Mas parece que estou a ver a Câmara Municipal a empurrar para a Capitania (ou Guarda Costeira) e a Capitania a empurrar para a Câmara Municipal e neste jogo do empurra (tão tipicamente português!), o lixo vai-se acumulando e quem sofre é a natureza!
Como sei que a vossa revista se preocupa com este tipo de comportamentos (o meu marido é assinante e todos os meses temos a oportunidade de a ler), deixo esta mensagem na esperança de que a possam divulgar na vossa revista e que isso faça algum "clik" na mentalidade destas pessoas que não estão a ver que com este tipo de comportamentos muito em breve não será possível pôr os pés na praia.Se todos fizermos nossa parte, seguramente o planeta será um lugar melhor para viver e as praias um local agradável e limpo."
Artigo publicado na revista SurfPortugal e www.surftotal.com
"Sou casada com um surfista e faço mergulho recreativo. Como tal, passo grande parte do meu tempo livre em zonas costeiras, facto que me agrada muito visto adorar praia.
Recentemente estive em Sagres a passar uns dias de férias. Pude observar como proliferam as escolas de surf naquela zona.
O mar vê-se, subitamente, invadido por estrangeiros que ingressam nestes cursos para, supostamente, aprenderem a surfar.
Numa das minhas idas à praia, tive a oportunidade de ir à Ponta Ruiva (Costa Vicentina), que como vocês sabem, é uma praia pequenina mas muito bonita.
Ora, como não foi de espantar, às 10h00 da manhã já dois todo-o-terreno tinham despejado na praia cerca de dúzia e meia destes aprendizes de surfistas.Após um breve breefing, o habitual aquecimento e água com eles.
Os professores ficaram à beira mar a dar instruções!Subitamente reparo que, mesmo aos seus pés, garrafas de plástico e embalagens de yogourte iam e vinham ao sabor das ondas.
Qual não foi o meu espanto quando vi que eles nada fizeram para apanhar aquele lixo! Peguei eu própria num saco de plástico (também ele abandonado na praia) e iniciei uma verdadeira limpeza ao lixo mais visível (seria impossível limpar toda a praia sozinha, dada a enorme quantidade de lixo ali presente).
O que me leva a relatar-vos este triste episódio, é o seguinte:
Que raio de professores são esses que nem sequer se preocupam com o lixo que deambula pela praia? A ideia que tenho dos surfistas é de pessoas que amam a praia e o mar, mas não foi isso que observei nesta atitude.
Talvez o curso de treinadores de surf deve-se ter uma componente de civismo relacionado com o meio ambiente;
Não seria de todo interessante que uma das "disciplinas" destes ditos cursos de surf fosse "Preservação, conservação e limpeza das praias"?;
Não seria boa ideia, como complemento do aquecimento e aula prática desta disciplina, cada um dos instruendos apanhar o lixo que, tão horrivelmente, povoa as praias (dúzia e meia de surfistas mais os professores seriam o suficiente para por a praia num brinco!)? Estes alunos ficariam muito mais sensibilizados para a questão da poluição (que é comum a todo o mundo) e as nossas praias agradeceriam o gesto.
Numa época em que tanto se fala do aquecimento global, das emissões de carbono, da poluição, da conservação da natureza e neste caso concreto das praias e das espécies marinhas (sim, porque se este lixo for para o mar, poderá servir de alimento a algum animal que o confunda com um alimento verdadeiro, levando-o à morte), ainda há quem fique indiferente áquilo que o rodeia. É o eterno pensamento "não fui eu que produzi o lixo, não tenho que ser eu a limpá-lo!" e com este pensamento o lixo vai-se acumulando nas praias com as terríveis consequências daí resultantes.
Poderão dizer-me "As autoridades competentes é que deveriam ter esta preocupação!". Plenamente de acordo. Mas parece que estou a ver a Câmara Municipal a empurrar para a Capitania (ou Guarda Costeira) e a Capitania a empurrar para a Câmara Municipal e neste jogo do empurra (tão tipicamente português!), o lixo vai-se acumulando e quem sofre é a natureza!
Como sei que a vossa revista se preocupa com este tipo de comportamentos (o meu marido é assinante e todos os meses temos a oportunidade de a ler), deixo esta mensagem na esperança de que a possam divulgar na vossa revista e que isso faça algum "clik" na mentalidade destas pessoas que não estão a ver que com este tipo de comportamentos muito em breve não será possível pôr os pés na praia.Se todos fizermos nossa parte, seguramente o planeta será um lugar melhor para viver e as praias um local agradável e limpo."
Artigo publicado na revista SurfPortugal e www.surftotal.com
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