Parece que finalmente está mais calminho

Mas continuo desconfiada... isto das forças da natureza tem muito que se lhe diga!!

Vêm sem avisar, provocam um estardalhaço dos diabos e depois, como quem não quer nada, saem de mansinho como que quase sem deixar rasto...

A mim não me engana! E o amiguinho dele está à espreita preparadinho para nos pregar um susto valente. Com a minha sorte, vai ser mesmo quando estiver em Lombok, está-se mesmo a ver...

Bem, o que se segue é que os aeroportos e a navegação aérea estão lentamente a regressar à normalidade. O vulcão já não abre os telejornais e já não tem tanto destaque nos jornais on-line, o que não deixa de ser um excelente sinal.

Segundo informação do Público: "Os voos cancelados nos aeroportos portugueses ascenderam hoje a 94, no período entre as 00h00 e as 12h00, informou a ANA - Aeroportos de Portugal. Contudo, o tráfego aéreo ficará normalizado amanhã."

É, ao que tudo indica, vou puder viajar, mas ainda nã estou muito certa!!

E o caos continua...

Não há boas notícias. Pelo contrário. As previsões avançadas relativamente à rota da nuvem de cinzas falharam redondamente. Neste momento esta desloca-se para leste e sul da Europa, já tendo chegado ao norte da Itália e tendo sido detectados vestígios em Espanha. Por este andar, até chegar a Portugal vai ser um tirinho...

Na última erupção do vulcão, há 200 anos atrás, este expeliu lava e cinza durante um ano. Esta catástrofe para a aviação mundial, já é considerada pior do que o 11 de Setembro e se continuar assim, vai ser a ruína total para a aviação e para a economia mundial.

Conforme informação avançada pelo público "Um cenário que seria catastrófico para a indústria aeronáutica. A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) revelou ontem que os custos operacionais (voos anulados e impacto nos aeroportos) da suspensão são já superiores aos do 11 de Setembro, quando o espaço aéreo dos EUA esteve encerrado três dias. E lançou um alerta: "Também no plano financeiro, o impacto da situação arrisca-se a ser mais grave do que em 2001." A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) - que na véspera calculara o prejuízo diário sofrido pelas transportadoras em 147 milhões de euros - não esconde algum pânico. "Estamos já no terceiro dia de paralisação e não vemos uma luz ao fundo do túnel", disse um porta-voz. "

E, claro, com todos os aeroportos Alemães encerrados, cada vez se desenha de forma mais nítida o destino das minhas queridas, adoradas e desejadas férias...

Que angústia

A coluna de fumo e a actividade do vulcão não têm fim à vista. A situação está cada vez pior. Já estou mentalizada para dizer bye-bye às férias...

Mais de 350 voos cancelados até ao meio dia nos aeroportos portugueses é a última notícia avançada pelo público. Ainda segundo este jornal "O maior impacto da erupção do Eyjafjallajokull, um vulcão escondido sob o quinto maior glaciar da Islândia, pode estar para vir. Os peritos em vulcanologia temem que esta erupção possa vir a despertar o Katla, um vulcão maior e mais "agressivo", a alguns quilómetros de distância, que está adormecido desde 1918...Comparado com o Katla, o Eyjafjallajokull é um pequeno vulcão"

Ai, ai... a Terra está mesmo a espreguiçar-se: primeiro o Haiti, depois o Chile, a China , as dezenas de vezes na Indonésia e agora "arrotou" na Islândia.

Não tarda nada está a fazer das suas nos Açores!! Claro que pior ainda estão os Islandeses que foram desalojados devido às inundações provocadas pelo degelo do glaciar: "O calor derreteu um terço do gelo que cobria a cratera do vulcão, causando inundações. Este tem sido o maior problema para as pessoas que vivem perto do vulcão. Na noite de quinta-feira, 800 habitantes das proximidades do glaciar foram obrigados a abandonar as suas casas. De acordo com a Protecção Civil, ontem já todos tinham regressado, à excepção dos cerca de 50 moradores de 20 quintas. Mas "se virmos que o nível das águas está a subir de novo, não hesitaremos em retirar de lá aquelas pessoas outras vez", garantiu Kjartan Thorkelsson, chefe da polícia local."

Uma vez mais a Terra nos alerta para o facto de que, contra o seu poder ninguém consegue lutar...

Só a mim...

Hoje estou "podre" e o motivo é extremamente simples: o vulcão Eyjafjallajokull entrou em actividade após estar adormecido há 200 anos. Podia entrar em actividade noutra altura qualquer...podia... mas foi agora!

E porque é que isto me deixa "podre"? Pois bem, porque daqui a 15 dias vou de férias para a Indonésia (ou melhor, não sei se vou) e os Aeroportos Europeus, mais concretamente o de Frankfurt onde vou fazer escala está encerrado devido à coluna de fumo de 16 km que se está a abater sobre o espaço aéreo Europeu.

Já foram cancelados 17000 voos em toda a Europa e o cenário não é nada animador. Supõe-se que esta situação se prolongue durante algumas semanas...

E como se isto já não fosse mau de todo, ainda há a possibilidade de um outro vulcão, maior do que este, que está mesmo ao lado, entrar também em erupção, visto ser o que acontece normalmente. Ou seja, nesse caso, acho que não vou de férias nos próximos 10 anos.

Já estive em países vitimas de atentados à bomba, terramotos, tsunamis e nunca isso foi impedimento para gozar umas merecidas e fantásticas férias. Vem agora um chunga de um vulcão com um nome que, enfim, e tenta pôr termos às minhas férias. Para agravar a situação, já está tudo marcado em termos de passagens aéreas e alojamentos. Esta bota é que não sei como vou descalçar... Só a mim...

E agora o Chile

Pois... como se já não houvessem desgraças suficientes, em que a última nos abalou tão de perto, com a tempestade e a destruição massiva da nossa tão bela Ilha da Madeira, agora foi a vez de um terramoto de grau 8.8 na escala de richter no Chile, com alerta de Tsunami para o Oceano Pacífico, que prevê afectar toda a costa do Chile, Panamá, Costa Rica, Equador, Colômbia, Perú, Antárctica, Japão, Filipinas, Austrália e Havai. Entretanto já se registaram mais de 60 réplicas e muitas de magnitude elevada - 6/7 pontos na escala de richter.

Este terramoto foi 800 vezes mais intenso do que o que se fez sentir no Haiti. A diferença, em termos de sismo, é que o do Chile ocorreu a uma profundidade bastante maior que o do Haiti que foi mais à superfície, o que explica a intensidade dos estragos no Haiti. A diferença em termos de catástrofe Humana é que o Chile não vive nas condições miseráveis do Haiti. Daí, não houve tantos mortos nem tantos estragos. No entanto, afectou mais de dois milhões de pessoas e matou (até à data) mais de 300 pessoas, estando cerca de 15 desaparecidas.

Todos estes fenómenos dão que pensar. Obviamente que não acho que estejamos no fim dos tempos, embora esse dia há-de chegar. No entanto, isto é demonstrativo de que a Terra se está a "ajeitar", ou seja, parece que esteve todo este tempo na mesma posição e agora disse: "Ora bem, deixa-me cá virar para o outro lado que já me doem as costas..." e aqui está o resultado: mortos, desalojados, catástrofes naturais, o que nos vem lembrar o quanto a Terra é poderosa e como somos meros adornos à superfície...

E as provas continuam...

Como se não basta-se tudo o que está a acontecer aos Haitianos, mais uma vez estão a ser postos à prova nesta terrível e desumana catástrofe.

Agora o problema são as crianças, como já aconteceu noutras catástrofes. Mas, o que vi na televisão, deixou-me deveras angustiada.

Um grupo de Americanos pertencentes a uma congregação religiosa Baptista que se preparava para levar do país cerca de 30 crianças com pai e mãe, se bem que estavam a levar para adopção ilegal, não os estavam a tirar aos país: os pais DERAM as crianças para lhes permitir ter algum futuro longe daquela desgraça toda. Não faço ideia do que será dar um filho. Imagino ter que dar a gata que mora aqui na rua e essa ideia deixa-me absolutamente angustiada!! E é uma gata vadia!! Agora um filho, deverá ser uma das maiores provas que um ser humano poderá passar na vida!!

E para mim, é também uma das maiores provas de amor que poderá haver. Sofrer horrores para garantir que os filhos têm um futuro melhor no longo prazo, não é de todo algo que alguém deseje para si.

Por outro lado, fica a angustia de saber se o filho encontrou pessoas correctas, que o tratem bem, que lhe assegurem um futuro normal...

Enfim, por que mais provações terá que passar esta gente??

A melhor recompensa

Estou muito feliz. Isto porque, logo pela manhã, ouvi no noticiário que, por todo o mundo, artistas, famosos e poderosos se estão a mobilizar para ajudar o Haiti a reerguer-se dos escombros!

É tão bom saber que não se ficam só pelo seu mundinho de Glamour!! Metem mão à obra e ajudam como podem: no local (por exemplo o Sean Penn está neste momento no local a ajudar), a cantar (U2 como não poderia deixar de ser, Madonna, Coldplay, Beyonce, Shakira...) a organizar acções (o nosso querido George Clooney...), a doar grandes quantias em dinheiro e muitas outras iniciativas por esse mundo fora.

Por cá, sei que o concurso "Quem quer ser Milionário" já está a gravar um programa de ajuda ao Haiti e espero que muitas outras iniciativas sejam postas em prática. Somos um povo com fama de ajudar o próximo: vamos lá então mostrar o que valemos!! Para já, já foram enviadas várias equipas de socorro para o local. Boa iniciativa!!

No entanto, há sempre quem duvide da boa vontade desta gente, achando que é apenas para se promoverem e no caso das instituições de ajuda, é para se encherem de dinheiro. Para mim isto são opiniões de quem se quer desculpar por não querer contribuir, com o pretexto de que "a ajuda acaba por ficar pelo caminho...". Desculpas!!

Como podemos ver, todas aquelas pessoas no local precisam ser financiadas. Alguma ajuda ficará pelo caminho, mas a maior parte dela chegará ao destino e fará a felicidade de quem tanto precisa...basta ver estas carinhas lindas a sorrir e não é necessário dizer mais nada!!

O inferno no Haiti

Quando vejo as notícias sobre a tragédia no Haiti, não posso deixar de ficar profundamente angustiada e triste. O drama humano que se vive lá, é inimaginável para qualquer um de nós (inclusive para mim).

Imagino o que seria chegar a casa, após um dia de rotina normal, e ter a casa toda destruída. Um terror absoluto. Mesmo assim teria família, amigos, conhecidos que me dariam apoio, comida, abrigo.

Aquelas pessoas, para além de terem ficado sem tecto, o que me parece ser o menos importante no meio disto tudo, perderam família, amigos, conhecidos, não têm água, luz, comida (coisas tão básicas) e têm agora que enfrentar as doenças que proliferam por falta de condições básicas de higiene, as pilhagens daqueles que fazem por sobreviver e possivelmente a oportunidade de pessoas sem escrúpulos que irão tirar proveito da sua débil situação.

Comparo esta situação àquela vivida aquando do Tsunami que varreu a Ásia, deixando também um rasto de destruição.

Dois anos após o Tsunami estive de férias na Tailândia e, de visita às ilhas Phi Phi, tudo à nossa volta lembrava ainda a passagem daquele terror que levou milhares de vidas com ele.

As rotas de evacuação do Tsunami, os edifícios em escombros e a reconstrução não deixavam dúvidas do que por ali tinha passado.

Para mais, o testemunho de quem viveu estes momentos difíceis no local e que relembram com muita dor (outros nem sequer aceitam falar disso) o que se passou, torna todo este cenário absolutamente irreal.

Lamento profundamente a perda das cerca de 50.000 vidas (números adiantados até ontem ao final do dia) e das consequências que esta situação trará no futuro.

Ironia do destino, estas coisas acontecem sempre nos países mais pobre e mais sobre-povoados, onde as condições de vida já eram uma desgraça e à qual se veio juntar a desgraça absoluta.

No meio de tudo isto, há sempre uma história com final feliz. Neste caso a de uma menina de 15 dias que sobreviveu no meio dos escombros e foi encontrada com vida. Está bem de saúde e irá recuperar de uma ferida na cabeça. No entanto, perdeu a mãe. Ficou órfã. O seu destino mudou radicalmente no espaço de 15 min. A vida é assim, cruel e estranha. Num momento tudo corre suavemente e no momento seguinte tudo fica virado de pernas para o ar.

Também é de louvar que figuras públicas se tenham imediatamente organizado no sentido de enviar apoio às vítimas. A eles o meu muito obrigada.

Nestas alturas adorava pertencer a uma ONG que me pudesse levar para o local para ajudar, de alguma forma, as pessoas que estão a viver o inferno. Puder deixar tudo para trás e partir para este objectivo. Não seria uma grande ajuda, provavelmente. O Jorge diz que não me queriam lá para nada, pois só iria estorvar, uma vez que não tenho conhecimentos técnicos que ajudassem a resolver o que quer que seja.

Aceito. No entanto, alguma contribuição poderia dar para aliviar aquele sofrimento.

Seria a experiência mais dura da minha vida, mas seria certamente a mais gratificante!