quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Povo Balinense

Começo pelas pessoas pois realmente uma das coisas mais apaixonantes em Bali e pelas quais vale a pena a viagem é aquele povo caloroso. Muito curiosos e sempre com vontade de saber mais sobre nós, não se acanham de perguntar sempre a mesma coisa: como te chamas, de onde vens, para onde vais, quantos anos tens, és casado(a), (se sim) tens filhos, (se sim) quantos filhos tens, (se não) sorriem e eles próprios afirmam que ainda não chegou a altura!

Claro que, no inicio, ficamos muito desconfiados com tanta pergunta, pois não passa pela cabeça de ninguém com o juízo todo, virar-se seja ele para quem for, inclusivamente para pessoas que já conhecemos há bastante tempo e com as quais até já temos uma certa confiança, e começar com semelhante interrogatório.

Ao fim de uma meia dúzia de interrogatórios, já estamos habituados e já decoramos, não só as respostas, como a sequência das perguntas (que é sempre a mesma) e até achamos graça!

Ao fim de uns 100 interrogatórios já não os podemos ouvir e já estamos a deitar fumo pelas narinas, mas eles, sempre com aquele sorriso na face que enche qualquer coração de calor, fazem-nos perder imediatamente a coragem de sermos grosseiros ou ter alguma resposta mais ríspida.

Esta é a forma deles nos conhecerem melhor e inclusivamente absorver alguma informação sobre o nosso país, como por exemplo onde fica, o clima, etc. embora não façam uma pálida ideia da sua localização. Quando lhes dizemos que vimos de Portugal, as afirmações repetem-se sempre pela mesma ordem: Cristiano Ronaldo, Luís Figo e José Mourinho “The special one”. Como são excelentes “memorizadores”, apenas é necessário dizer as coisa uma vez. Se nos voltarem a encontrar, na praia por exemplo, desbobinam todas as informações que lhes fornecemos anteriormente!

O cumulo desta prática aconteceu-nos uma vez quando íamos de Candidasa para Balian passando por Denpasar e estávamos parados num semáforo, de mapa em punho, a tentar decifrar qual o caminho a seguir, de vidros totalmente abertos pois o calor era arrasador (o carro tinha AC, mas quem vai à procura de calor não liga o AC, certo?), no meio de dezenas de motas, carros, camiões e com duas pranchas presas no tejadilho. Quando tal, pára um local (muito sorridente) de mota do lado do Jorge e pergunta-lhe para onde íamos, ao qual nós respondemos “Para Balian”. Ele acenou com a cabeça de forma aprovadora, repetiu o que o Jorge disse e seguiu o seu caminho em direcção à primeira fila do semáforo. Eu e o Jorge ficámos de boca aberta a olhar um para o outro, mas rapidamente a cena repetiu-se e ficámos a saber que até no trânsito acontecem estas coisas.

Os homens são mais tímidos e “mal encarados” dos que as mulheres que são mais “descaradas” e atrevidas. No entanto, mal começamos a falar com eles podemos ver que tudo isso desaparece mostrando as maravilhosas pessoas que são.

Também gostámos muito da forma como são carinhosos com as crianças. Não só com as suas mas também com as dos turistas. Não podem ver um bebé ou uma criança pequena que já não saem da sua beira. E não são só as mulheres: os homens também são muito carinhosos.

Sempre a tentar vender qualquer coisa – T’shirts, CD’s, DVD’s, Gelados, Óculos, Colares, Massagens, transporte (mesmo sabendo muitas vezes que tínhamos carro!)… - acabam por ser maçadores, mas como são tão calmos e simpáticos, é impossível não ficar à conversa um bom bocado. A maior parte das vezes não nos vendiam nada, mas às vezes lá nos conseguiam impingir qualquer coisa!

Enfim, é um povo muito caloroso e hospitaleiro, que faz tudo o que está ao seu alcance para agradar ao próximo, não só aos turistas, mas também aos seus semelhantes.

Muito ficará certamente por dizer relativamente às pessoas, mas ficarão com uma ideia de como é o povo de Bali.

1 comentário:

Célia Sousa disse...

Olá Rita!
Bem vinda!! Fico feliz de saber que tiveste umas óptimas férias!!

Realmente deve ser uma terra encantadora!
Vou ficar atenta ás notícias!

Beijinhos
Fica bem