É um romance muito chocante devido à forma como descreve uma "gota de água" do que foi o conflito da invasão Indonésia a Timor-Leste.
Confesso que, no inicio, antes de começar a ler o livro mas após ter-me apercebido que tinha como tema Timor-Leste, fique confusa com o título. Já tive oportunidade de estar duas vezes em Bali e, embora em cenário de férias, acho Bali uma ilha maravilhosa, tal como o seu povo. Todos os que lêem o meu blog conhecem a paixão que tenho pela Ásia.
Assim, não consegui perceber como poderia Timor ser a "Ilha das Trevas". Agora que terminei a minha leitura, e com os olhos e o coração transbordando de lágrimas e de tristeza, compreendo o título escolhido. Fiquei extremamente chocada por pensar que, ao longo de maior parte da minha existência (nasci em 1972), Timor tenha sido sujeito a tão bárbaro tratamento por parte dos Indonésios. Nunca me apercebi, embora fosse muito falado nos órgãos de comunicação social, da verdadeira situação de Timor. Reconheço inclusive que, por vezes, me senti enfadada com o tema: "agora não se fala de outra coisa!" pensei eu muitas vezes. Mas agora vejo que se falou muito pouco para todo o sofrimento e humilhação pelo qual aquele povo passou. Coisas pelas quais nenhum ser humano deveria nunca passar e muito menos infligido por um seu semelhante.
O repórter que conseguiu passar cá para fora as imagens do massacre, é um herói, como tantos outros jornalistas que se arriscaram e arriscam neste e noutras guerras a trazer ao mundo a verdade dos acontecimentos. Também não tive noção da importância dos nossos dirigentes na resolução deste drama, embora Portugal tenha dormido demasiado tempo sobre o assunto. Fiquei com outra opinião relativamente a Durão Barroso e António Guterres.
O livro está muito chocante. Em boa verdade, não contava com este conteúdo quando o comecei a ler. Acho que este tema daria para escrever uns quantos romances do género sem nunca se repetir nem nunca esgotar o tema. Gostaria muito de um dia ir a Timor, tal como a outras ilhas do Arquipélago Indonésio. No entanto, neste momento, falta-me a coragem. Por ser Portuguesa e por termos acordado tão tarde para este drama. Agora compreendo porque durante tanto tempo não pudemos pisar solo Indonésio, o que me aborrecia bastante, visto que tinha muita vontade de viajar para esse destino.
Se tiverem coragem leiam. Recomendo vivamente que o façam, quanto mais não seja para acordarem para a verdadeira realidade do que foi o conflito Indonésia - Timor. Mas preparem-se: a verdade e a justiça nem sempre chegam a tempo nem têm um final feliz.
2 comentários:
Não podia estar mais de acordo com o que escreves. Também tive a mesma sensação quando li o livro, e por vezes, as lágrimas chegaram-me aos olhos - não imaginava quão grande era o Inferno pelo que o povo timorense passou.
Obrigada por teres comentado no meu blog, virei mais vezes ao teu ;)
Bjs
Rita, é só clicares no meu nome Gema, que ele dá as infos sobre mim, mas em todo o caso os meus blogs são:
http://nomundodagema.blogspot.com
e
http://filmesdagema.blogspot.com
Bjks
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